A Relação entre a Geodiversidade e as Fontes de Energia
- Joanna Holanda

- 17 de out.
- 3 min de leitura
A Geodiversidade, entendida como a variedade de elementos e processos geológicos da Terra – rochas, minerais, fósseis, solos e paisagens, é a base de todas as fontes de energia que nós utilizamos. A relação entre esses dois conceitos é intrínseca e fundamental, pois a Geodiversidade não apenas fornece os recursos energéticos, mas também cria as condições necessárias para que possamos explorá-los. Compreender essa conexão é crucial para um planejamento energético mais consciente e sustentável.
As fontes de energia não renováveis são o exemplo mais direto da dependência da Geodiversidade. O petróleo, o gás natural e o carvão são combustíveis fósseis que se formaram ao longo de milhões de anos a partir de matéria orgânica soterrada, um processo geológico que transformou esses materiais em depósitos energéticos. A exploração desses recursos está diretamente ligada ao conhecimento das estruturas geológicas e das bacias sedimentares. Da mesma forma, a energia nuclear depende da mineração do urânio, um mineral encontrado em depósitos específicos da crosta terrestre. A Geodiversidade, neste caso, é a própria fonte da energia.
Figura 1: imagem de um corte geológico mostrando as camadas de uma bacia sedimentar e a localização de depósitos de petróleo.

Fonte: PERINOTTO; LINO, [s.d.].
Por outro lado, nas fontes de energia renovável, a Geodiversidade atua como um suporte indispensável. A energia hidrelétrica, por exemplo, depende da existência de rios e de um relevo adequado para a construção de barragens. As paisagens e as formações rochosas são elementos geológicos que definem a viabilidade de uma usina. A energia geotérmica, que aproveita o calor interno do planeta, é uma manifestação direta dos processos geológicos como o vulcanismo e o movimento das placas tectônicas. Sua exploração só é possível em áreas com alta atividade geotérmica, onde o calor do subsolo está mais próximo da superfície.
Foto 1: A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que ilustra o uso da paisagem e dos recursos hídricos para a geração de energia.

Fonte: Norte Energia, [s.d.]
Além disso, até mesmo a energia eólica e solar, cuja fonte primária é o vento e o sol, dependem da Geodiversidade para a sua infraestrutura. As turbinas eólicas e os painéis solares são construídos com minerais e elementos como o cobre, o silício e as terras raras, todos extraídos da Terra. A Geodiversidade, portanto, fornece os "ingredientes" para a tecnologia que capta e transforma essas energias.
Figura 2: Imagem que ilustra a relação entre os minerais extraídos da Terra e as construções tecnologicas de energias renováveis, como os painéis solares e turbinas eólicas.

Fonte: Autossustentável, 2017.
A conservação e a gestão sustentável da geodiversidade são essenciais para o futuro energético da humanidade. A transição para uma matriz energética limpa exige a mineração responsável de minerais para as novas tecnologias. A preservação de ecossistemas geológicos, como bacias hidrográficas e áreas geotérmicas, garante a longevidade e a eficiência dessas fontes. A geodiversidade não é apenas um pano de fundo, mas sim um ator principal no desafio de gerar energia de forma limpa e segura para as próximas gerações. Cada paisagem, cada tipo de rocha e cada recurso mineral contam uma parte da nossa história energética e do nosso futuro.
REFERÊNCIAS
PERINOTTO, J. A.; LINO, L. C. Geologia. In: Atlas Ambiental da Bacia do rio Corumbataí. Rio Claro: UNESP, [s.d.]. Disponível em: https://www.rc.unesp.br/igce/ceapla/atlas/geologia.php. Acesso em: 17 set. 2025.
NORTE ENERGIA. Institucional. [online]. [S. l.]: Norte Energia, [s.d.]. Disponível em: https://www.norteenergia.com.br/pt/institucional. Acesso em: 17 set. 2025.
SCHOBBENHAUS, C.; BRITO, M. C. Geodiversidade e Geoconservação no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora CPRM, 2016.
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (SGB). Recursos Minerais e a Matriz Energética Nacional. [Documento Institucional]. Brasília, DF, 2022. Disponível em: RECURSOS MINERAIS.pmd. Acesso em: 17 set. 2025.




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