O Papel das Cavernas e Grutas na Geodiversidade
- Arthur Bernardo
- 16 de set.
- 2 min de leitura
As cavernas e grutas são cavidades naturais em rochas que permitem o acesso humano e se formam principalmente por dissolução de calcários ou erosão de arenitos. Elas representam importantes componentes da Geodiversidade, uma vez que expõem processos geológicos, minerais, estruturas subsuperficiais e aquíferos. Elas surgem ao longo de milhões de anos, por processos como a dissolução química das rochas calcárias (carste) ou por erosão mecânica em arenitos.
Além disso, funcionam como laboratórios naturais. Elas armazenam fósseis, minerais e espeleotemas (formações como estalactites e estalagmites), que registram mudanças ambientais e climáticas ao longo de milênios. Alguns pesquisadores utilizam essas informações para compreender a evolução geológica e biológica do planeta, estudando a presença e os hábitos das primeiras populações humanas.
Imagem 1 - Interior da Gruta de Maquiné com estalactites e estalagmites.

Fonte: Wikipedia Commons, 2017.
E ainda, destruição de cavernas pode significar a perda irreversível de espécies únicas, pois os ambientes subterrâneos abrigam uma fauna específica, a exemplo de espécies troglóbias, morcegos e invertebrados endêmicos. Muitos desses organismos desempenham papéis importantes na manutenção do equilíbrio ecológico, como a polinização indireta e o controle de insetos.
Imagem 2 – O aracnídeo amblipígio (Charinus sp.), um predador adaptado à vida em cavernas.

Fonte: Biologia subterrânea, [s. d.].
Considerando isso, eles também guardam registros arqueológicos e rupestres, os quais contam a história das civilizações e culturas que passaram por esses espaços. Preservar essas evidências garante que possamos compreender e valorizar a herança cultural ligada a esses ambientes. O espeleoturismo é um exemplo de prática de visitação controlada e educativa em cavernas, podendo ser uma forma sustentável de aproveitar o potencial econômico dessas formações. Quando bem planejado, promove emprego e renda para comunidades locais, ao mesmo tempo em que incentiva a conservação.
Muitos desses ambientes estão ligados a aquíferos e sistemas de água subterrânea. Sua integridade garante a qualidade e disponibilidade de recursos hídricos para consumo humano e para o equilíbrio dos ecossistemas. Sendo assim, degradação desses ambientes pode até mesmo comprometer reservas inteiras de água potável.
Tendo isso em vista, conservar cavernas e grutas não é apenas preservar paisagens bonitas. É, portanto, proteger a ciência, biodiversidade, cultura, economia e os recursos naturais de que dependemos. Cada caverna destruída representa uma perda irreversível de informações e benefícios para a sociedade. Consequentemente, a preservação deve ser prioridade em políticas ambientais, nos programas de educação e nas atividades, tornando o uso sustentável, como recomenda o Serviço Geológico do Brasil (SGB).
A seguir, um vídeo referente ao tema discorrido no texto.
REFERÊNCIAS
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (SGB). Geodiversidade. Disponível em: https://www.gov.br/sgb/pt-br/assuntos/geodiversidade. Acesso em: 11 ago. 2025.
LOBO, H. A. S.; BOGGIANI, P. C. Cavernas como patrimônio geológico. Boletim de Geociências, v. 70, p. 190–199, 2013.
MORETTI, M. Espeleoturismo e planejamento ambiental. ABNT NBR 15503:2008.
WIKIMEDIA COMMONS. Gruta de Maquiné, MG. Fotografia de Bárbara Gondim, 2016. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gruta_de_Maquin%C3%A9,_MG.jpg. Acesso em: 13 ago. 2025.
MASCARENHAS, Karina. TRÊS novas espécies de aracnídeos são descobertas em cavernas de Minas. Portal UFLA, 3 dez 2018. Disponível em: https://ufla.br/noticias/pesquisa/12515-tres-novas-especies-de-aracnideos-sao-descobertas-em-cavernas-de-minas. Acesso em: 13 ago. 2025.
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